Marina Nacamuli fotografa pessoas, ou melhor dizendo, suas iguais. As obras são auto-retratos de uma experiência conjunta, em que a artista poderia estar facilmente no lugar da “modelo”, e de fato está, expõe ali sua intimidade, as situações que vive e os lugares que permeia. No vai e vem da vida noturna, seu registro é muitas vezes o resquício, o fragmento de uma memória apagada. Nacamuli atua como o flâneur, o errante, caminhante e observador, cria uma relação de reciprocidade e compartilhamento, na qual apenas um olhar sensível e apurado é capaz de captar momentos singulares com tamanha profundidade. As fotografias apresentadas nesta exposição fazem parte da série ‘Why Generation’, refletem o retrato de uma geração, hiperconectada, vivendo em grandes centros urbanos, com acesso quase ilimitado a todas as possibilidades de diversão, sejam festas, drogas, álcool ou sexo. No entanto, não é um hedonismo contemporâneo e fugaz que marca esta série. As obras representam a liberdade de viver as próprias escolhas, a essência de ser aquilo que se deseja ser, falando abertamente da libertação dos corpos - especialmente o corpo da mulher.